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    Otimismo
Todo dia, acordo, e tento enfrentar as dificuldades de cabeça erguida, nunca ceder às intempéries cotidianas, carregar um sorriso na boca, um riso descompromissado, mas tudo não passa de uma máscara boba. Será que é realmente importante parecer feliz o tempo todo? Ora, pois de feliz só tenho a aparência, e, se não a tenho, não tenho coisa alguma.
Dizem que o otimismo faz com que as coisas sejam sempre melhores, que é positivo ter altas expectativas por isso nos empurrar mais e mais em frente, mas às vezes é bom dar uns passos para trás e relativizar as coisas. Ter grandes esperanças não vale de nada para mim, pois quando às construo, quebro a cara pouco depois e volto para onde estava, se não estiver em algum lugar pior. Grandes esperanças para mim não passam de um calhamaço na estante.
A felicidade não jaz na criação de expectativas, pois essa só traz decepções, mas sim na despretensão, no descompromisso. Os melhores momentos são aqueles que não foram cuidadosamente arquitetados, não tiveram seus scripts escritos e planejados, mas sim os que surgiram de forma espontânea.
No fim, tudo é uma questão de percepção, e eu não consigo mudar a minha. Tudo começa a parecer uma obrigação, as coisas pequenas ficam pesadas, as grandes nem se fala. Pareço ser um arquiteto de ações por excelência, pois, em cada ação, penso e repenso, traço linhas lentamente, mapas em minha cabeça; e, quando não o faço, me arrependo. Talvez, quando eu aprender a ser espontâneo, aprenda a ser otimista, não frio e calculista.

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